“Nenenhô! Sentiu a brisa do mar? A água gelada a bater e a levar os nossos nomes? Estava aonde? Comigo? Em mim? Na varanda a me olhar? Me sinaliza para eu não morrer de desespero! Do palco sempre queria saber onde eu estava sentada para olhar na minha direção. Estou desesperada, estou com medo de me esquecer dos detalhes da gente, amor! O meu cérebro há muito só funcionava para guardar o que era importante para te cuidar e te fazer feliz, e se eu não guardei na memória o que é realmente importante para agora?”, começou dizendo.
“Vido, a gente não se poupava! O papo era direto, reto, constante. Ontem sofri, além da sua perda, a maior violência que jamais imaginei daqueles parentes que a gente sabia que apareceriam! A sua família éramos seus filhos, seus netos, suas noras, seus parceiros da estrada, seus médicos, a minha família que eu ensinei a amar-te, e eu! Você sempre foi tão digno, tão maravilhoso, tão grandioso, tão respeitador”, acrescentou, embora um pouco indignada. As informações são do Estadão Conteúdo.