Amir Farsoud se inscreveu no programa de morte medicamente assistida do governo do Canadá para doentes terminais e deficientes físicos, há dois meses. A decisão do imigrante iraniano, de 54 anos, que mora em acomodação do governo em St Catharines (Ontário) foi depois de saber que a propriedade, que ele compartilha com outras pessoas, seria vendida. “Eu não quero morrer, mas prefiro morrer a ser um sem-teto”, declarou ele ao canal City News.
Com a notícia veiculada, a situação viralizou nas redes e uma página no site de financiamento coletivo GoFundMe foi criada para ajudar. “Por favor, pessoal, meu objetivo é arrecadar dinheiro suficiente para que ele possa pagar o aluguel e a comida pelos próximos sete anos, para que ele possa se mudar para uma moradia acessível e mostrar esperança”, afirmou o colaborador que não conhece Almir.
“Precisamos da humanidade para vencer. Estamos todos juntos nesta vida e, como canadenses, precisamos ajudar. Se os últimos três anos nos ensinaram alguma coisa, é que sem compaixão, resiliência, comunidade e boa saúde, não somos nada. Se todos doarmos o que podemos poupar, podemos ajudá-lo”, acrescentou.
Desde então, a campanha arrecadou mais de 60 mil dólares canadenses (cerca de R$ 235 mil). O resultado fez Amir rever os seus planos e abrir mão da eutanásia. “Sinceramente, pensei que não estaria aqui em dezembro”, disse o imigrante iraniano, que fugiu do país do Oriente Médio aos 12 anos. Com o dinheiro arrecadado, Amir já pagou uma dívida de R$ 78 mil.