Antes de comprar o seu filhote, é preciso saber que existem canis responsáveis e canis “fundo de quintal”, que passam longe de um local ideal.
Separamos alguns pontos chaves a serem observados antes da escolha de um canil para aquisição de um filhote.
Criação especializada:
Cada raça tem suas peculiaridades, suas predisposições a doenças genéticas, padrão de cor e de estrutura, temperamento desejado – são muitos estudos para chegar perto de um “ideal” de cada raça. Um canil que cria mais de uma raça pode não realizar um trabalho excelente com nenhuma delas.
Prefira os criadores que se dedicam a apenas uma raça.
Documentação:
Converse com o criador e peça para ver a documentação da ninhada e dos pais.
Confira se os cães estão no nome do criador e se as datas e cores são compatíveis – não são raros os casos de falsificação de pedigree, acredite!
O pedigree é o mínimo que um criador deve ter, contudo, o pedigree em si não é sinal de uma boa criação pois não garante boa saúde, bom temperamento e nem que a ninhada está nos padrões desejados da raça.
Atenção: bons criadores não cobram o pedigree a parte.
Conhecimento da raça:
Faça uma pesquisa prévia e depois converse com o criador sobre padrão, temperamento e doenças genéticas.
O bom criador saberá cada detalhe daquela raça e não hesitará em fornecer todas as informações que você precisa saber.
Manutenção da saúde:
A maioria das raças carrega genes com mutações que podem causar problemas sérios de saúde – pergunte ao criador se ele realiza exames genéticos e peça para ver os exames dos pais da ninhada.
Caso um dos pais seja “portador” de alguma doença, não se assuste, apenas verifique se o outro par é isento dessa mesma doença; nesse caso, a ninhada não será afetada.
Se os pais forem parentes próximos, a chance da ninhada apresentar problemas genéticos, doenças auto imunes e câncer é maior.
O controle radiológico também é fundamental; a maioria das raças, independentemente do porte, tem a necessidade de exames de raio-x por causa de displasia de quadril e/ou cotovelo e problemas na patela.
Trabalho com os filhotes:
Pergunte ao criador quais os protocolos de rotina que ele realiza com a ninhada – exposição a estímulos (sons, carro, brinquedos, manejo, animais, pessoas,…)
É muito importante que o criador utilize alguns protocolos de socialização com os filhotes para auxiliar no desenvolvimento geral deles; um trabalho sério minimiza problemas como medo excessivo, reatividade e agressividade.
Entrega dos filhotes:
Um bom criador não entrega seus filhotes com menos de 60 dias, mesmo que a mãe não queira por perto; criadores responsáveis sabem fazer o manejo e organizar seus espaços para que a mãe tenha a liberdade de estar com os filhotes e se afastar quando quiser.
Bem-estar de matrizes e padreadores:
Criação responsável não é uma fábrica de filhotes, não explora suas matrizes e preza pelo bem-estar de seus cães.
Tais criadores fornecem a seus cães uma qualidade de vida melhor, mantend0-os em liberdade, em ambientes super limpos com uma boa alimentação, consultas periódicas no veterinário, aposentadoria cedo e cercados de amor e respeito. (São muito raros, mas existem).
Não financie a criação de fundo de quintal!
Canis clandestinos, criações caseiras, criadores que visam lucro – tudo isso faz parte de uma criação irresponsável.
Um criador responsável não vai vender filhotes a qualquer custo, muito pelo contrário, ele irá escolher boas famílias para receber o seu filhote.
Pesquise, pergunte, visite os locais; os bons criadores sentirão orgulho em mostrar seu trabalho e a qualidade de vida de seus cães.
Não tenha pressa e, se você se deparar com canis ruins pelo caminho, denuncie!
A solução não é parar de comprar cães e sim conhecer os parâmetros de uma boa criação e não contribuir para que as ruins permaneçam.
Por Fabi Cavalcanti
Pedagoga, mãe da Tropa de Cãolite, petlover e gestora da Dog Moke Escola Parque.