quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Fibrose cística pode comprometer qualidade de vida

Dentro do calendário da saúde, o mês de setembro é tido como o período para intensificar ações de conscientização a respeito da “doença do beijo salgado”, ou, fibrose cística. De acordo com o Registro Brasileiro de Fibrose Cística (REBRAFC), em todo o Brasil, atualmente cerca de 6 mil pessoas vivem com a condição. No Ceará, o Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, que é referência no tratamento da enfermidade, acompanha 37 pacientes adultos. No Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), há outras 90 crianças e adolescentes já diagnosticadas com a doença.

A fibrose cística é uma patologia genética rara caracterizada por um acúmulo de secreções que pode comprometer o sistema respiratório, o sistema digestivo, o pâncreas e as glândulas sudoríparas. É válido ressaltar que os sintomas variam em cada indivíduo, porém, é comum que haja tosse crônica com secreção, infecções pulmonares de repetição, desnutrição, dificuldade para ganhar peso, movimentos intestinais anormais como diarreia, sinusite, suor mais salgado que o normal, obstruções intestinais, desidratação sem motivo aparente, diabetes e até infertilidade.

“É uma doença rara de origem genética, hereditária, causada por defeitos complexos que resultam na falta ou mau funcionamento de uma proteína chamada CFTR, responsável pelo transporte de cloro das células. É uma doença crônica e progressiva”, explica a Dra. Mara Figueiredo, pneumologista responsável pelo ambulatório de Fibrose Cística Adulto, do Hospital de Messejana.

É válido ressaltar que a fibrose cística não tem cura e, como os sintomas se manifestam de maneira diversa nos pacientes, algumas pessoas podem aparentar não estar doentes. “Tratando-se de uma doença crônica e progressiva, requer a adesão terapêutica mesmo se não estiver em momento agudo da doença. Caso não ocorra a adesão, a evolução deverá ocorrer de forma mais rápida e mais grave”, alerta a Dra. Figueiredo.

De acordo com ela, dedicar um mês inteiro à conscientização sobre a doença é importante pois chama atenção para o diagnóstico precoce da condição e mobiliza a busca por melhores cuidados assistenciais. “Também divulga o cenário futuro promissor de cura, com novas terapias, despertando a esperança nos envolvidos no processo”, afirma.

Há 6 anos o Hospital de Messejana acompanha os pacientes com o diagnóstico positivo para a doença. Lá, eles realizam consultas, exames e recebem orientações e medicações. A fibrose cística pode ser identificada ainda na infância, através do teste do pezinho. A confirmação, no entanto, é realizada através do teste do suor ou por meio de exames genéticos. No Ceará, o Hias é a única instituição pública que realiza o exame. “Em alguns casos, já ao nascer pode apresentar o íleo meconial, ou seja, vômitos, aumento do volume abdominal, ausência de evacuação. O tratamento cirúrgico, às vezes, é necessário”, explica a Dra. Mara Figueiredo.

Tratamento
A maior parte das pessoas com diagnóstico positivo acabam sendo tratadas através da ingestão de enzimas digestivas para as alimentações, utilização de antibióticos, broncodilatadores, anti-inflamatórios e também necessitam de suporte nutricional, fisioterapia respiratória, atividade física e acompanhamento médico frequente.

No Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), o teste do pezinho pode ser realizado em todos os bebês, independente de onde nasceram. Os interessados podem procurar o Centro de Ambulatórios das 7h às 16h, de segunda a sexta-feira. Não é necessário agendamento.

Por Yasmim Rodrigues

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