Pouco conhecido, Cabo Daciolo
foi destaque do debate na Band entre os internautas nas redes sociais (Foto:
Luis Macedo/Câmara dos Deputados)
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A grande surpresa do primeiro
debate para candidatos à Presidência foi o Cabo Daciolo (Patriotas). Rosto
novo, anunciado de última hora pelo seu partido, Daciolo foi acusado de peculato pelo
Ministério Público Federal (MPF), em dezembro de 2017, e processo segue em
andamento. À época, ele cumpria o primeiro mandato como deputado federal pelo
Rio de Janeiro,
O candidato do Patriotas é
investigado por se apropriar de parte do salário de seus assessores
parlamentares para reverter a verba para Associação dos Bombeiros Militares do
Estado do Rio de Janeiro (Abmerj) e o Movimento S.O.S Bombeiros.
Enquanto disputa a Presidência,
o pastor evangélico e ex-bombeiro líder de movimentos grevistas teve seu processo
no Supremo Tribunal Federal (STF) prorrogado por mais 60 dias no último dia 15
de junho, após pedido da Polícia Federal (PF).
O pedido de investigação foi
feito ao STF em dezembro de 2017 e o ministro Marco Aurélio é o relator do
caso. Segundo reportagem da revista Época, Daciolo cobrava cota de 10% dos
funcionários de gabinete. À Justiça, Cabo Daciolo afirmou que é inocente.
Segundo os altos, existem
indícios de que o deputado desviaria a verba, estimada em mais de R$ 227 mil
entre 2015 e 2016, por meio de empresa de consultoria em informação e
tecnologia.
Após a denúncia, o deputado
falou ao portal Gospel Prime que a acusação é feita por "pessoa que sempre
recebeu seu salário corretamente". Daciolo ainda creditou os ataques à sua
posição de expor o "crime organizado" no Congresso Nacional.
Justiça Militar
Após ficar notabilizado por
organizar a greve dos bombeiros do Rio de Janeiro em 2011 - em que chegou a ser
preso por nove dias - e estar presente na greve dos bombeiros e Polícia Militar
(PM) do estado da Bahia, em 2012, Daciolo entrou na mira da Justiça Militar.
(Foto: Reprodução /
Bandeirantes)
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Após responder processo
disciplinar, já que militares não têm direito à greve, Daciolo recebeu anistia
com base na Lei 13.293/2016, que prevê artigo que exime de crime militares que
"participam de movimentos reivindicatórios por melhorias de vencimentos e
condições de trabalho".
Porém, a procuradora-geral da
República, Raquel Dodge, pediu prosseguimento das ações imputando ao militar
crimes como roubo, dano, estelionato e peculato por equiparação em função da
malversação ou dilapidação do patrimônio da Aspra-BA. Os crimes teriam ocorrido
no período da greve da PM e do Corpo de Bombeiros da Bahia, segundo informou o
jornal Folha de S. Paulo.
Como tinha prerrogativa de
foro, Daciolo teve o processo desmembrado dos outros 11 réus, que foram denunciados
pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Salvador. O parlamentar, investigado na
Ação Penal 927, pediu a extinção do processo e foi atendido pela Primeira Turma
do STF, em dezembro do ano passado.
(Foto: Reprodução / Twitter)
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