terça-feira, 5 de junho de 2018

EUNÍCIO PREGA “PACIÊNCIA” EM ARTICULAÇÕES APÓS VETO DE CID AO MDB

Chapa majoritária com governador candidato à reeleição e apenas um nome para o Senado. Candidatura avulsa para “preencher” espaço sem que a aliança formal com o MDB “manche” o discurso do presidenciável Ciro Gomes.

As estratégias do grupo que, atualmente, detém o poder no Ceará estão na mesa e são avaliadas com “paciência” no xadrez político. A reserva, nos bastidores, gera especulação e qualquer frase pública revela uma ferida ainda aberta.

O ex-governador Cid Gomes (PDT) voltou a afirmar, na segunda-feira (04), que rejeita a coligação com o MDB de Eunício Oliveira. “Eu defendo aqui que a gente lance só um candidato ao Senado e não faça coligação com o PMDB”, disse em tom sereno.

A avaliação é que a ideia de aliança com o MDB do Ceará pode impactar negativamente no discurso de Ciro Gomes rumo ao Palácio do Planalto. Ciro tem dito, em todas as oportunidades, que “com a quadrilha do MDB eu não quero negócio”. O MDB do Ceará, no entanto, que já foi aliado numa “irmandade” até 2014 tem buscado um reencontro.

Preocupação

A aproximação acendeu um alerta após Ciro ser questionado em entrevistas, na imprensa nacional, sobre o tema. “Essa é uma preocupação que a gente tem. Eu tenho posições individuais, pessoais. Eu, por exemplo, defendo aqui que a gente lance só um candidato ao Senado e não faça coligação com o PMDB. Mas isso é o que eu, pessoalmente, defendo. Mas eu sou um membro de um arco grande de aliança”, ponderou o ex-governador, ontem, durante evento que reuniu prefeitos e lideranças políticas no Centro de Eventos do Ceará.

Só um nome

Sobre a “aposta” de Cid, em lançar apenas um nome ao Senado na coligação de Camilo, o senador cearense tergiversou. “Eu nunca ouvi do ex-governador Cid Gomes nenhuma declaração nesse sentido. Então, eu prefiro não fazer nenhum tipo de comentário sobre qualquer tipo de especulação”, recuou o emedebista. Eunício Oliveira disse que foi “surpreendido com essas informações”, pelos jornais, na manhã de segunda-feira. “Eu prefiro ficar tranquilo em relação a tudo isso. Prefiro fugir das especulações”, ressaltou.

O senador tentou mostrar “tranquilidade” sobre as articulações que acontecem nos bastidores e minimizou a fala de Cid. “Nós temos que aguardar. As convenções acontecerão, ainda, no dia 5 de agosto. Então, nós temos bastante prazo. Na política é preciso que a gente tenha muita paciência. Temos que aguardar os acontecimentos”, pediu.

Coligações

Sem citar os nomes de Cid ou Ciro, o senador emedebista afastou a possibilidade de um novo rompimento com o grupo alegando que a coligação não poderia ser abandonada por “desejos” e “próprias vontades”. “As coligações serão feitas. É preciso ter paciência. É preciso que a gente pense, antes de falar. É preciso que a gente não absorva apenas aquilo que os outros querem que a gente absorva. As pessoas desejam, falam e isso, muitas vezes, é publicado. Mas isso, muitas vezes, são os seus próprios desejos, suas próprias vontades. Então, eu prefiro ficar aqui no meu estilo, de tranquilidade, paciência, de observação, compreensão e de muita, mas muita dedicação e muito trabalho”, disse.

Em construção

O emedebista, que pretende disputar a reeleição ao Senado, disse que vai continuar trabalhando pela aliança e citou encontros com o prefeito de Fortaleza para assinatura de liberação de recursos, em evento no ministério da Fazenda, para reafirmar que o acordo eleitoral está em construção. “Essa aliança, do ponto de vista formal, do ponto de vista das lideranças, isso é algo que vai ser construído durante esse período, até o dia 5 de agosto”, pontuou.

“Eu compreendo que nesse momento de afunilamento aos posicionamentos que serão dados a partir do dia 5 de agosto. Nós temos que ter paciência. Eu lembro que eu já fui pra uma convenção e, em cima do palco, nós ainda estávamos discutindo quem seriam os suplentes de senadores e quem seriam os possíveis candidatos e quais as coligações”, revelou para referendar a “tranquilidade” com as negociações. “Isso é como futebol. Cada um tem seu time e cada um torce pelo seu candidato”, comparou.

Camilo

Presente ao evento, o governador Camilo Santana foi questionado sobre a aliança com Eunício Oliveira. O chefe do Executivo, no entanto, evitou falar em qualquer definição. “Cada partido está iniciando as suas discussões internas. Nós temos um amplo número de partidos e as alianças vão se consolidar no prazo legalmente constituído pela Justiça Eleitoral”, desconversou.

“Grande parceiro”

Questionado sobre a relação direta com Eunício e uma possível interferência de Cid e Ciro Gomes na composição da chapa majoritária, Camilo fez elogios ao emedebista mas manteve distância das definições. “O senador Eunício tem sido um grande parceiro. Desde o início, ele abriu as portas do seu gabinete no Senado Federal. Ele ocupa, hoje, um dos mais importantes cargos no Brasil e abriu as portas, não só para o Estado, como para praticamente todos os municípios cearenses, para os prefeitos, para a Prefeitura de Fortaleza. Ele tem sido um grande parceiro na ajuda de trazer recursos de obras importantes para o Ceará. Mas repito: as alianças estão sendo discutidas e haverá o momento certo, dentro dos prazos eleitorais, para que a gente possa tomar todas as definições”, concluiu Camilo encerrando o assunto.
Com informações do OE via Politica com K




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça seus comentários com responsabilidade, não nos responsabilizamos por comentários de terceiros.