Correndo contra o tempo para
aprovar, ainda neste ano, a reforma da Previdência, que prevê a fixação de
idade mínima de 65 anos (homens) e 63 (mulheres) para se aposentar no Brasil,
dentre outros pontos, o Governo Federal ainda está longe de conseguir os 308
votos necessários para legitimar a proposta na Câmara. No Ceará, por exemplo,
11 dos 22 deputados federais já declararam voto contra a proposta, segundo levantamento
do jornal O Estado de São Paulo, divulgado neste sábado (9).
Segundo a pesquisa do Estadão,
os deputados cearenses que já declararam publicamente voto contrário à reforma
da Previdência foram: André Figueiredo (PDT), Ariosto Holanda (PDT) , Cabo
Sabino (PR), Chico Lopes (PCdoB), Domingos Neto (PSD), Genecias Noronha (SD),
José Airton Cirilo (PT), José Guimarães (PT), Leônidas Cristino (PDT),
Luizianne Lins (PT) e Vitor Valim (PMDB), que, apesar de fazer parte do mesmo
partido do presidente Michel Temer, não aprova a medida.
Ainda de acordo com o
levantamento, apenas um parlamentar cearense, no caso Danilo Forte(sem
partido), posicionou-se a favor da reforma até o momento. Os deputados Raimundo
Gomes de Matos (PSDB), Vaidon Oliveira (PROS), Gorete Pereira (PR) e Moses
Rodrigues (PMDB), por sua vez, ainda estão indecisos, enquanto Macedo (PP),
Odorico Monteiro (PSB), Ronaldo Martins (PRB) e Vicente Arruda (PDT) não foram
encontrados. Questionado, Aníbal Gomes (PMDB) se absteve da pesquisa. Já Adail
Carneiro (PP) estava ausente.
Divisão na base aliada
Ao todo, 215 deputados já
declararam voto contrário à reforma da Previdência. Desses, 124 são de partidos
da base aliada do governo Michel Temer. Há divisão sobre o tema mesmo no PMDBe
no PTB, os únicos partidos da coalizão governista que decidiram obrigar suas
bancadas a votar a favor das mudanças na aposentadoria.
A reforma é a principal aposta
da equipe econômica para garantir a retomada do crescimento. O governo, no
entanto, encontra dificuldades para conseguir os 308 votos necessários à
aprovação do texto. Com 205 votos contrários, do total de 513 deputados, a
proposta de emenda à Constituição (PEC) seria rejeitada.