Foto: Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados |
Dois meses após a votação que
barrou o prosseguimento da denúncia por corrupção passiva contra o presidente
Michel Temer, o cenário que se desenha na Câmara dos Deputados não é muito
diferente.
Segundo parlamentares
cearenses, ouvidos pelo jornal O Estado, “há um clima de interrogação”, mas o
caminho deve ser o mesmo diante da segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral
da República (PGR) contra Michel Temer, desta vez pelos crimes de obstrução da
justiça e organização criminosa.
A acusação de organização
criminosa é imputada também aos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da
secretaria-geral da Presidência, Moreira Franco.
Deputado Cabo Sabino (PR) |
O deputado Cabo Sabino (PR),
coordenador da bancada cearense, considerou improvável que a Câmara autorize a
aceitação da denúncia pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Primeiro, segundo
ele, Temer possui uma “sólida” base aliada. Depois, “não há pressão popular.
Não vemos nem nas redes sociais. Políticos são movidos por pressão”,
justificou, salientando que espera que o eleitorado não esqueça da postura dos
atuais parlamentares no pleito do ano que vem. Sabino disse ainda considerar a
atual denúncia mais grave que a anterior.
Para o deputado Danilo Forte (PSB) existe um “clima de interrogação” sobre a atual denúncia, especialmente em virtude do teor e também a possibilidade de movimentação em torno do presidente da Câmara, deputado federal Rodrigo Maia (DEM/RJ). Danilo informou, ainda, que não possui um posicionamento fechado mas adiantou que avalia não ser clara a participação de Michel Temer, diferente do que acontece com outros envolvidos, como ex-ministro Geddel Vieira Lima e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, ambos no PMDB, onde “há comprovação” dos crimes apontados.
Para a deputada federal Luizianne Lins (PT), alguns parlamentares já estão “barganhando” a defesa de Michel Temer. E, segundo ela, “não parecem preocupados com a opinião pública”. “Infelizmente, para o povo e para o futuro do País, o que se percebe na Câmara é um ambiente de cooptação e de barganha entre deputados e governo em relação à votação desta segunda denúncia contra o Temer”, frisou a petista.
Deputado Danilo Forte (PSB) |
Para o deputado Danilo Forte (PSB) existe um “clima de interrogação” sobre a atual denúncia, especialmente em virtude do teor e também a possibilidade de movimentação em torno do presidente da Câmara, deputado federal Rodrigo Maia (DEM/RJ). Danilo informou, ainda, que não possui um posicionamento fechado mas adiantou que avalia não ser clara a participação de Michel Temer, diferente do que acontece com outros envolvidos, como ex-ministro Geddel Vieira Lima e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, ambos no PMDB, onde “há comprovação” dos crimes apontados.
Deputada federal Luizianne Lins (PT) |
Para a deputada federal Luizianne Lins (PT), alguns parlamentares já estão “barganhando” a defesa de Michel Temer. E, segundo ela, “não parecem preocupados com a opinião pública”. “Infelizmente, para o povo e para o futuro do País, o que se percebe na Câmara é um ambiente de cooptação e de barganha entre deputados e governo em relação à votação desta segunda denúncia contra o Temer”, frisou a petista.
Deputado Vitor Valim (PMDB) |
O deputado Vitor Valim (PMDB) afirmou que, assim como na primeira denúncia, votará pela continuidade das investigações contra Michel Temer. Segundo ele, o presidente “não pode estar acima da lei” e, portanto, deve ter os mesmos trâmites da sociedade.
E ainda
Antes de ser analisada em
plenário, a denúncia deve passar pela Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania (CCJ) da Câmara. A primeira reunião da comissão está marcada para
está terça, a partir das 10 horas. Mas a leitura do parecer elaborado pelo
relator Bonifácio de Andrade (PSDB/MG) deve acontecer no período da tarde.
Com informações do OE