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Líder da bancada do PMDB na
Câmara, o deputado Baleia Rossi (SP) pregou nesta terça-feira, 24, que quem
votar contra o governo nesta quarta-feira, 25, na apreciação da segunda
denúncia contra o presidente Michel Temer deverá ser tratado a partir de agora
como oposição. "Quem vota contra o presidente já se posiciona como
oposição e tem de ser tratado como oposição", defendeu.
Diferentemente da votação da
primeira denúncia, desta vez o PMDB não fechou questão contra o pedido da
Procuradoria-Geral da República (PGR) que pede a abertura de processo contra
Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria
Geral da Presidência). O líder da bancada entende, no entanto, que a
determinação vale também para a nova votação. Assim, correm o risco de serem
punidos pelo partido os deputados Celso Pansera (RJ), Laura Carneiro (RJ),
Vitor Valim (CE), Veneziano Vital do Rêgo (PB) e Jarbas Vasconcelos (PE). Na votação
desta quarta-feira, Baleia conta com os votos de Osmar Serraglio (PR) e
Alexandre Serfiotis (RJ), ausentes na votação da primeira denúncia.
Faltando menos de 24 horas para
o início da sessão de votação, os aliados mantém os esforços para conquistar votos.
Os governistas acreditam que podem alcançar 270 votos para derrubar a segunda
denúncia.
Segundo o vice-líder do governo
na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), a maior parte das queixas dos insatisfeitos é
com a demora para liberação de emendas parlamentares. "Logicamente (a
demanda) é mais emenda do que cargo", contou. Nas contas de Mansur, até o
momento apenas cinco parlamentares anunciaram que faltarão a sessão.
Ainda de acordo com Mansur, o
governo terá mais votos desta vez nas bancadas do PRB e PSD. No PSDB, que segue
rachado, a expectativa é que haja 22 votos com o governo e 21 contra. O
vice-líder foi na mesma linha de Baleia Rossi e avisou que quem votar a favor
da denúncia, estará fora do governo. "Quem está conosco está aqui, quem
não está, estará fora", afirmou.
Day-after
O tom da base governista na
véspera da votação da denúncia é de que o resultado da votação de amanhã será
um divisor de águas no bloco aliado e que a agenda prioritária será a aprovação
de medidas econômicas. Dependendo do tamanho que a base sairá da votação da
segunda denúncia, o governo decidirá se concentrará seus esforços em projetos
de lei (que exigem quórum menor) ou propostas de mudança constitucional.
"A gente vai medir a base e ver se dá para aprovar a (reforma) da
Previdência. Tem de fazer conta e ver o que dá para votar", disse Mansur.
Além da Previdência, estão no
radar medidas para ajudar o governo a fechar as contas de 2017 e a Reforma
Tributária. "Se tiver alguma medida mínima para a Previdência, vamos
tentar", enfatizou Mansur.
(Agência Estado)