Wesley Batista deixa a sede da Polícia Federal em São Paulo,
em 2016 / imagem: UOL Noticias
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A Polícia Federal (PF) prendeu
preventivamente o diretor-presidente da JBS, Wesley Batista, na manhã de hoje
(13) na capital paulista. Além da prisão, foram cumpridos dois mandados de
busca e apreensão e um de prisão preventiva de Joesley Batista, irmão de Wesley
e acionista da J&F, que está preso temporariamente desde domingo (10),
quando se apresentou à PF em São Paulo, juntamente com outro executivo da
empresa, Ricardo Saud.
As ações fazem parte da 2ª fase
da Operação Tendão de Aquiles. Os mandados foram expedidos pela 6ª Vara
Criminal Federal de São Paulo, a pedido da PF, que investiga o uso indevido de
informações privilegiadas em transações no mercado financeiro entre 24 de abril
e 17 de maio deste ano. Nesse período, foram divulgadas informações
relacionadas a acordo de colaboração premiada firmado pela J&F com a
Procuradoria-Geral da República.
A investigação apura ordens de
venda de ações de emissão da JBS S/A na Bolsa de Valores pela empresa
controladora, a FB Participações S/A, e a compra dessas ações em mercado, por
parte da JBS. Com as irregularidades, o mercado era manipulado, fazendo com que
os acionistas absorvessem parte do prejuízo gerado pela baixa das ações.
Outra situação foi a intensa
compra de contratos de derivativos de dólares pela JBS S/A, em desacordo com a
movimentação usual da empresa, que se favoreceu com a alta da moeda
norte-americana após o dia 17.
Os suspeitos poderão responder
por crime de uso de informação relevante, ainda não divulgada ao mercado, para
propiciar vantagem indevida com valores mobiliários. As penas variam de um a
cinco anos de prisão e multa de até três vezes o valor da vantagem ilícita
obtida.
Em nota, a defesa dos irmãos
Batista lamenta a ação. "Sobre a prisão dos irmãos Batista, no inquérito
de insider information, é injusta, absurda e lamentável a prisão preventiva de
alguém que sempre esteve à disposição da Justiça, prestou depoimentos e
apresentou todos os documentos requeridos. O Estado brasileiro usa de todos os
meios para promover uma vingança contra aqueles que colaboraram com a Justiça”.
(Agência Brasil / Fernanda Cruz – Repórter)