Quase quatro anos depois da
eleição municipal de outubro de 2012, e do prazo da janela partidária - que
autoriza políticos a mudarem de partido sem pôr em risco o mandato -, cinco
legendas se consolidam como as maiores forças no Ceará. PDT, PT, PSD, PMDB e
PSDB juntos governam 154 municípios, dos 184 totais. Ou seja, quase 84% das
cidades cearenses.
Nas eleições de outubro,
lutarão para manter os atuais espaços e conquistar novos.
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O maior grupo, com 69
administrações (Incluindo a Capital), é do PDT dos irmãos Ferreira Gomes, que
ganhou musculatura depois de vários nomes ligados ao governador Camilo Santana
(PT) se desfiliarem do Pros, em setembro de 2015, para aderirem ao trabalhismo.
Com estratégia de reeleger Roberto Cláudio, além de divergências com a
instância nacional do partido, seguidores do ex-governador Cid encontraram
abrigo em uma, agora, robusta sigla, que promete se fortalecer mais no pleito
de outubro angariando novas prefeituras ou engordando a aliança.
Com o maior número de deputados
na Assembleia Legislativa (12 no total), e, consequentemente, mais
representatividade no interior do Estado, o PDT tem Juazeiro do Norte, Sobral e
Fortaleza como uma das principais prioridades. Os municípios são polos
essenciais para a eleição de 2018 (pleito já discutido nos bastidores da base e
oposição) onde as disputas serão acirradas e com resultados imprevisíveis. O
discurso, no entanto, é de cautela para evitar problemas com aliados. “O PDT
não precisa crescer sozinho. Vamos trabalhar também para que os nossos aliados
elejam os seus prefeitos”, disse Zezinho Albuquerque (PDT), presidente da
AL-CE.
Maior força de oposição ao
governo estadual, o PMDB, do senador Eunício Oliveira, quer avançar em
municípios governados pelo PDT. Fortaleza, Sobral e Lavras da Mangabeira são
localidades que fazem parte de constantes reuniões do partido para encontrar
uma estratégia de vitória. Juazeiro do Norte, atualmente governado pelo
partido, além da maioria dos municípios da Região Metropolitana com aliados do
PMDB, também são peças-chave para evitar a perda de território para o
“inimigo”. Pelo menos 80 peemedebistas sairão candidatos ao executivo no Ceará.
Na Capital, o rumo da legenda ainda segue indefinido.
A estratégia do PT
Enfraquecido na RMF, o PT
governa 29 cidades. A candidatura do maior número possível de petistas é
estratégia para evitar um maior desgaste da imagem da sigla, após o processo de
impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Ao contrário da Capital, que
terá a candidatura da deputada Luizianne Lins, o partido deve se firmar ao lado
do PDT no interior do Estado. De acordo com petistas, a expectativa é aumentar
o número de prefeituras. Retomar o controle da Capital é uma prioridade para a
executiva nacional, além de prefeituras estratégias no Interior.
O PSD, com 28 administrações,
busca seu espaço também visando 2018. O presidente estadual, deputado Domingos
Neto, afirmou que a sigla terá candidato próprio em todas as regiões do Estado.
Aliado do governador, o parlamentar também firmou aliança com o PDT em cidades
polos, como Sobral. O PSDB, apesar de ter apenas 6 prefeituras, espera crescer
após aproximação com o PMDB e o PR. Luiz Pontes, presidente estadual, acredita
em pelo menos 50 candidaturas.
(O POVO oline)