quarta-feira, 5 de agosto de 2015

“É O PIOR MOMENTO PARA SER PREFEITO”




Hoje mais do que nunca os prefeitos tem que ter equilíbrio e responsabilidade para saber absorver provocações de toda natureza. Para muitos é uma honra, ser prefeito de sua cidade, mas também, esse é o pior momento para estar no cargo.

O “pior momento” não é um diagnóstico apenas individual da própria situação. É uma visão compartilhada por todos os prefeitos de grandes e pequenas cidades do Brasil. A conclusão de que a soma da crise política com econômica jogou todo mundo no cenário mais difícil dos últimos 20 anos, ainda pior para os municípios.

Sabe-se que não existe nenhum lugar do mundo esse modelo de concentração das obrigações com as prefeituras. A perspectiva, no momento, é ainda mais negativa quando não se vê qualquer possibilidade de aprovação de uma reforma do pacto federativo.

Quem assumir a prefeitura, independentemente de ser os atuais gestores numa reeleição ou não, terá de lidar com uma tendência sem volta na maioria dos municípios brasileiros: ou mantém um controle brutal de receitas e despesas ou cidades se inviabilizam. Prefeitos sabem, no entanto, que esse discurso contrasta com outra realidade atual – a onda de descontentamento generalizado da sociedade, que cobra cada vez mais eficiência do serviço público.
A crítica é desproporcional à capacidade de resposta do poder público. Nesse aspecto, dar-se-á a batalha quase como perdida. O povo tem uma relação de dependência enorme do poder público, o que é um processo cultural, da visão de nossa cidadania. É aquilo de esperar que venha tudo do poder público.

A questão desemboca em um processo de generalização negativa da vida pública. Que, finalmente, tornou-se outro problema sem alternativa a curto prazo. Talvez seja o diálogo, mas o que vemos em muitos casos é só intolerância. Vivemos um período de transferência de responsabilidades, em que a culpa é sempre do outro.

As críticas nas redes sociais contribuem para a imagem negativa de qualquer governo. Muitos gestores apanham demais na internet. Especialmente pelo grupo que prega a política do quanto pior, melhor. Assim, quem perde é a sociedade. Muitos gestores estão prefeito. Independentemente de ser por quatro ou oito anos, alguns vão passar. A sociedade continua. Quando quem está no poder entregar o bastão, a pessoa que assumir enfrentará problemas igualmente. E o teto é de vidro. Mas, apesar disso tudo, muitos gestores entregarão um governo melhor do que receberam. Ou não?

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